ressoam os tambores. as vozes. ainda as posso escutar nos meus aquandos. queimam, temerárias, sob o jugo negreiro, crepitando síncronas, à rigidez das tábuas, ao ocre das correntes e ao clamor aflitivo dos ossos e do terror. as vozes; ainda as posso escutar…
séculos de desrazão, morte sem um número. estupidez. ainda estão por aí, os bárbaros. são desprezíveis. os impiedosos cheiram mal e zombam das nossas cicatrizes e sujam o caminho com o sangue das suas botas inclementes. alimentam–se da carne dos meus iguais. e àqueles que, exauridos, acreditarem valioso agarrar–se às indignidades, é prometido uma divindade diminuta, pálida e por tantas razões, igualmente perversa.