um tanto acima do halo do horizonte, vê-se nuvens agrupadas; promessa de dias acinzentados aqui no sul do mundo. é quase dezembro e as temperaturas têm–se esbarrado feito chave do chuveiro elétrico. é um esquenta–esfria de chameguinho feito uma coisa só, que me faz acreditar que o inverno começou por agora: outubro, novembro e dezembro. mudaram as estações e tudo mudou. li outro dia num lugar que não lembro muito bem e que também pouco importa d‘onde veio e sim o que me disponho aqui a dividir; o enunciado: “estou aqui desde a década de 70 e ainda não sei o que fazer“. quando li isso, de bate–pronto achei graça, mas depois, no momento seguinte, fiz algumas reflexões, entre as quais, o fato de me dar conta que se todos fôssemos honestos, aceitaríamos a colocação como a um consenso. de fato, não sabemos o que estamos fazendo aqui. ponto [não, não é fim]!
é evidente que essa constatação tem um viés particular, influenciada pelas minhas observações e coisa e tal e blá blá blá, mas não tenho culpa de ter sido jogado nesse mundo e já que estou aqui, vou aproveitar mais que um tanto. alerta: sou ariano, então a ironia vai começar a dar o ar da graça por aqui. ah, vai! bem… antes que o ego me faça levitar nessas linhas, deixa eu tratar do assunto a que me prestei; a total ineficiência humana em se colocar no mundo ou o péssimo hábito de concordar em discordar. vou explicar tendo por pano de fundo alguns arroubos que são coisas desse mundo mesmo.
temos duas guerras acontecendo simultaneamente nesse momento em que escrevo [ah sim, tem outras tantas rolando, uma em particular já dura décadas, mas quem se importa com gente pobre nascida no berço da civilização? eu disse: “civilização“, que coisa gozada hahahahahaha. se não está no “mainstream“, pelas razões que des–conhecemos muito bem, não tem importância pra “humanidade“] e um dos senhores da guerra, veio a público reclamar o espaço que lhe é de direita, digo, de direito: disse que a guerra dele começou primeiro e ele tá com receio de que com essa guerra novinha em folha, lhe esqueçam. e ele estava coberto de razão. não quanto à guerra [quais sejam as razões], mas quanto ao esquecimento. ironia ariana: fico curioso pra saber o que rola na cabeça de um senhor da guerra neoliberal, aparentemente confuso, quando dá de cara com o significado da expressão “economia de mercado” e do nada, acorda pra vida. acorda e banha–se no próprio gás hilariante [nesse caso tem graça, o cara em questão é também … comediante].
boa parte das pessoas que conheço, de quando em vez, resolve discutir polí[religião]tica, geopolí[religião]tica, necropolí[religião]tica e religião. eu “ouvo” cada coisa, que se possível fosse, partilharia com dante alighieri só pra vê–lo aumentar o número de degraus das escadas do in‘v‘erno [olha o sarcasmo aí do lado, tava louquinho pra aparecer]. outro dia me disseram: “aaahhhh, tu és a favor do hamas?” ao que respondi, que eu era a favor das lhamas… teve um hiato, um intervalo imenso no ar. percebendo a demora no download, resolvi complicar um tanto mais a minha resposta, mas não de propósito, naturalmente, e disse: “quão razoável te parece reduzir uma pessoa, ao fato de ser a favor ou contra o hamas? tu nasceu na palestina ou em israel? senhora? senhora?” e a ideia de que tava melhor quando tava pior? vixe! essa tá no mainstream do zap.
é tiro porrada e bomba pra eleger o novo cartola do futebol e não estou zoando. é discutir economia, saúde, segurança e educação por métodos nada ortodoxos; tarô serve [sério! nada contra quaisquer culturas humanistas, o problema aqui é o… problema]. mas isso é “chutar cachorro morto“. pronto, aí começa tudo de novo! nem a expressão do dito popular se salva dos desmandes alucinatórios dos dias de hoje.
e por falar em influenciadores digitais [putz, eu ainda não havia falado nada sobre o assunto, mea–culpa], tem um famosão aí, que ficou milionário aqui no bra–zil vomitando “liberdades de expressão” e depois de sofrer o tal “cancelamento“, foi ter com o sonhado–sonho–orgásmico–estadunidense com o qual comungava diuturna e sobejamente das maravilhas apontadas pelo tio sam e agora, lá nos “esteites” tá famoso “dinovo” por retratar a difícil e caríssima vida nos eua, que segundo o dito cujo, tudo é complicado magistralmente e com requintes de crueldade, desde a instalação da internet, ao simples ato de encher os pneus no posto de gasolina [sim, ele ficou surpreso por descobrir que lá se cobra ar comprimido, literalmente, cada libra em dólar] e ao final das observações ele brada: “mas que saudade do bra–zil, véio!” tá dando tudo errado pra ele por lá, é o que tem ostentado, mas tá juntando um dinheirinho com a galera que o acompanha, fruto de uma engendrada “deseducação“. admirável mundo “véio” né aldoux? haja mescalina.
bem preciso terminar por aqui, porque já estou perto dos 4.500 seguidores, digo, caracteres, mas antes disso, deixa eu dividir uma visão em relação ao cidadão quase supra citado acima [e deixo uma pista abaixo]: o próximo passo do cara com nome de bicicleta retrô, será montar um podcast brindando com espumante escravizado serrano–gaúcho, o tal “socialismo brasileiro“. não duvidem, não tem mais graça nenhuma duvidar.
…E tens dito e escrito… Seu sarcasmo ariano será entendido por algum feroz capricorniano?
Sem dúvida! Aqui por casa, áries e capricórnio são signos coabitáveis hehehe.