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Texto pandêmico | flexibilização

não há meio quando auto-centrado. não pareço e não me parece claro se são monstros, santos ou demônios vestidos em trajes de gala, sentados à minha frente e quando tudo me é ego, vociferam os gárgulas do outro lado. não estou certo, se tudo é apenas corpo, se alma é só literatura.

meaculpa culpar o trânsito, a feiura, a greve, a precarização do trabalho, a conivência das agências de marketing, o preço da consciência, a dor nas costas e o etarismo. a conta, o off shore, a burguesia, a cota e a minha preguiça pra trocar os pneus do calhambeque apenas por querer ser disruptivo ao ponto de debochar quando me indicam tratamento mesmo quando posso, quando sobra tempo, quando sobra grana, quando a psicóloga é minha amiga, quando gasto cada centavo com destilados preferindo outros cantos, quando entoo outros cânticos pra ser aceito e quando urino bem na mosca do sanitário vaso sem flores.

não preciso de comida porque morrem os bichos, me afanam e isso me aflora. então bebo pra apequenar a inteligência, pra parecer bobo e diminuto e nisso sou muito bom, penso soberbamente que sou o máximo nisso de ser ruim pro resto. em verdade, isso é o mínimo. dane-se a fauna; penso no quanto sou cafona de um jeito bem confuso pra não parecer arrogante e é claro que percebo e não consigo então esqueço. restame um tiquinho de sanidade e o que faço disso? jogo pros cães, os do dito popular, desconsidero os caninos e outras diabruras, mas não antes de usar tudo contra a latência da minha própria jugular. morro de queda da própria altura.

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