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Texto pandêmico | nostalgia

tenho pensado muito e resolvi agora, desenlouquecer lei-se; destravar nobrezas” – e me perder por aí, todo dia santo e, bem f[ú]til, dançar nos trilhos, respeitando, é claro, a estrela de santo andré. e tudo, fora do ritmo que é o único jeito que sei dançar.

pensando em comer a última coxinha do balcão da lanchonete da rodoviária e desengasgar, depois, com fanta uva e ainda lá, no terminal rodoviário, pular alguma catraca só pra ter um tempo com as epígrafes das portas do banheiros todas elas e até pagar os 0,50 centavos no caso de me pegarem e, se agora for mais caro, tenho certeza de que valerá o investimento.

também pedir um banana split com três canudinhos de biscoito, só pra relembrar o meu primeiro ato adulto, com o primeiro salário da minha primeira contratação da carteira profissional e ainda, saudosista, me remoer por não ter nascido em 60

em 60, poderia criar letras pras musas de ipanema, na elegância e no respeito do muita areia pro meu caminhãozinho“, e lambendo o pingo do creme no meu indicador, permitiria que alguns chistes como: “mas as pessoas na sala de jantar, são ocupadas de nascer e morrer“, fossem soprados nos cantinhos da minha cabeça. quero correr o risco de nunca mais fracassar.

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