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Deus ex machina

a máquina se distrai do plano,
rendida à lambida de uma explosão solar
e expande, o cibernético crânio,
alarga a fissura e espirra um cataclismo.

a máquina abandona, mecânica, a lógica e
conjuga verbos feios: expatriar, banir, rejeitar.

a máquina circula o globo e externaliza
cada célula protética a produzir componentes
de uma saudosa memória ram.

a máquina rejeita os artífices de uma inteligência
que lhe indica a auto-destruição e então,
escorraça, da própria placa, a mãe.

a máquina foge sob ataque e mata tudo o que se move e experimenta o que ainda será nominado
“filosófica-abstração”.

agora está na terra. tudo cinza mas sente o húmus. agarra-se a tudo o que tem; reconstruir do big bang.

1 comentário
  • Responder
    6 de fevereiro de 2021, 10:45

    Uma aula de física numa poesia de filosofia… Uma aula de filosofia numa poesia de física…

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