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Poesia em tempos de avesso

eu, o xisto no profundo
invisível nisto tudo
um corte, o sangue
o gosto forte do mundo

a mesma farda acinzentada
no sujeito maltrapilho
eu, cara mal lavada
rarefeito, dor, sibilo

eu, voz embargada de doer
amor ao ponto de ser ocre
tempestade por des|merecer
hiato, crase, mínima parte

eu, lacuna de um todo
indivisível e quase nada
um misto de verdade e engodo
a dama, a presa, a fé enganada

6 Comentários
  • Responder
    5 de dezembro de 2016, 12:55

    Perfeito!
    me identifiquei com essa parte:

    “eu, voz embargada de doer
    amor ao ponto de ser ocre
    tempestade por des|merecer
    hiato, crase, mínima parte”

    • Responder
      5 de dezembro de 2016, 13:05

      E eu, bobo de todo por você aqui…gratidão viu?

  • Responder
    5 de dezembro de 2016, 13:17

    Belo demais! Profundo demais! Dá vontade de ler, reler, ler novamente…

    • Responder
      5 de dezembro de 2016, 13:24

      Ahhhh!!! Que maravilha isso; de pernas bambas aqui! Gratidão, gartidão! 🙂

  • Responder
    5 de dezembro de 2016, 13:46

    Profundo…
    Perfeito…
    Eu a lacuna de um todo indivisível e quase nada…
    Me vi em cada palavra…
    Lindo caro poeta,essa tua sensibilidade é absurdaaaa!

    • Responder
      5 de dezembro de 2016, 14:55

      E quando colocas um tanto de ti aqui, cresço em poesia India. Um bjão!

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