a bruxa suspensa da clausura
de saída levanta voo empoeirado
e de vassoura pela ilha prateada
[ sei lá no que pensava ]
arrebenta a janela da cozinha
e queimando as cortinas
adentra com as nuvens de piaçava
bêbada, trôpega e embevecida
na descida topa o estranho caído dum tropeço
e [ se reconhece a gargalhada ]
ri bruxólica daquela surpresa
que deixa o exdrúxulo
com a cara mais feia que assustada
ele a corteja com um tanto de respeito
mas foi com o gato daquela casa que
dá um nó e some feito mágica
mas antes disso, ela se enrosca
pelo quebrado do rabo entortado de feitiço
o estapafúrdio constrói um outro teto
fofo e macio cheio de encanto e por feitio
trata tudo com as aranhas tecedouras
pra decorar as entradas com mil fios
e basta de varrer uns dias o espanto
pra se rirem dos espirros do assombro
e passaram de viver de amar feitiçaria
e de pilotar vassoura por todo canto
Quanta metáfora nesta vassoura? Aliás, quantas vassouras nestas metáforas? Não! Que poética nestas bruxas!
Agradeço a potência da sua leitura caro amigo Estevam. Abração!