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Crônica do mundo paralelo IX | mercado

uma bandeira acoberta um degredado en passant. bebe corote. marcha soldado cabeça de papel. visível grogue catarina do brazil in a pickle. ele bebe corote. o mercado pede pra beber pouco por conta do teto. cabeça oca. não vacinei porque tava viajando. cadê wally? saudade de waly, o salomão. este, bebia poesia nos mercados, feito eu. aqui, tem mercado e é a casa-manifesto das culturas populares. casa dos amigos que leram karl. eu também lee o capital. ao lado do mercado tem quartel e à frente, aquartelados, tem supremacistas do supremo é o povo ( me recuso à destacar a palavra ). do outro lado tem samba de coco, roda de samba, poesia, capoeira, intervenções musicais de toda monta das artes afrobraSileiras. é novembro no mercado. no mercado, ninguém solta a mão antirracista de ninguém. ao lado do mercado tem mantras de agressão e confusão mental. dentro do mercado tem ode ao amor. luta antimanicomial é das causas mais sérias e eles vivem pra dizer que esta luta deve permanecer longe das áreas centrais. agora enlouquecem o entorno do mercado na área central. e eu preto, quem diria, por medo, atravesso pro outro lado da rua quando me deparo com pessoas trajadas de privilégio branco.

10 Comentários
  • Responder
    23 de novembro de 2022, 16:55

    Metaforicamente real… Realisticamente metafórico…

    • Responder
      24 de novembro de 2022, 16:27

      Às vezes é tão doído ( e doido ), escrever estas coisas né? Mas não tem outro caminho que não seja pela luta… “Realisticamente metafórico”, bem isso meu amigo.

  • Responder
    23 de novembro de 2022, 17:20

    Verdade mais forte, mais doída. Que não hpuvessem privilégios tais. Muda, mundo! Expande, consciência! Cresce, humanidade! Precisamos tanto…

    • Responder
      24 de novembro de 2022, 16:26

      Precisamos Helena… Mas quanto mais me aproximo de vozes como a sua, mais acredito num legado mais bonito para os que virão. Bjooo

  • Responder
    23 de novembro de 2022, 18:52

    No mercado sorrimos cantamos “tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”. E os sinais, tão claros e audíveis, se impuseram aos brados robóticos da turba patética. Foi bonito, o momento é bonito, mas há muito a ser feito e todo cuidado é pouco.

    • Responder
      24 de novembro de 2022, 16:23

      E as tuas palavras aliviam o peso do verbo “esperançar”… Sigamos Luiz Cláudio, pelo caminho bom e justo.
      Grato, amigo.

  • Responder
    25 de novembro de 2022, 11:03

    O mercado e o Mercado. 👏🏼👏🏼👏🏼

  • Responder
    26 de novembro de 2022, 02:31

    A nossa realidade e cultura em contraste com a realidade brasileira que nos massacra.

    • Responder
      16 de dezembro de 2022, 17:19

      Sim, são paradoxos planejados com a sofisticada ignorância e eis aqui outro paradoxo. Mas a arte sempre encontra o caminho. Grato, poeta Clarisse, pela visita aqui nesse nosso cantinho.

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