tenho 47 anos. daqui há 16 dias – num 13 de abril – completo 48 primaveras. e daqui há 12 anos e 16 dias… 60 anos.
ainda há pouco, lembrei da merenda da escola. lembrei do gosto, apertei os lábios e senti… morango; o de “hoje” foi de morango. uma bebida láctea parecida com pudim, só que mais “fininha” e era legal dar uma batidinha no fundo pra aproveitar aquilo que se que formava lá embaixo, no cantinho da caneca… o “pudim”.
…
por alguma razão, o céu tem nos presenteado com molduras sem fim, pra memória, nos fins de tarde. tem sido seguidinho. uns dez dias, tenho botado reparo. inclusive hoje, que tava mais nubladinho, ainda assim, bonito feito poesia de Manuel Bandeira. é como se os deuses de fato quisessem nos dizer alguma coisa.
…
depois, a noite tem caído lenta e complacentemente a sussurrar a mesma frase, “ainda tem os pássaros né?” e eu respondo, “sim… eu ouço bem, ouço bonito, todos eles.”
num devaneio, deixo cair a égide humanista e penso “o que nos impede de evoluirmos enquanto raça, se tem mais céu, mais sol, mais pássaros entre os prédios e mais nuvens em formato de pipoca?”
…
já se passaram – pra memória é rapidinho – 12 anos e 16 dias e me vejo agora com 60 anos. estou como sempre imaginei: um gurizão rsrs. sempre bebi muita água e dei risada pra caramba. mas só eu, estou me vendo assim. tem um vírus lá fora que inventou que ele não quer pegar todo mundo, só os mais velhos. então, pro resto da humanidade, eu estou… descartável, mas eu ainda ouço o mesmo céu sussurrando as mesmas frases, mas
enquanto aperto os olhos, peço pro meu coração continuar firme, acreditando que dentro dele, todo mundo é importante.

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Temos a mesma idade.. E, acreditamos na vida e na utopia do bem viver… Parabéns desde já.
Quando chegar aos 60, continue rindo e sentindo-se um gurizão.
Ah, e escrevendo…
E me covid para ver o mar…
Abraço meu caro!