Ainda vejo as coisas através das transparências do tempo. Sempre que posso, congelo tudo nas coisas da saudade. Amiúde, sinto os sabores até das coisinhas que nem provei. Invento gosto que sequer existe; ainda.
Fechar os olhos agora, é como brecha de nuvem e, pensamento, é luz de espanto. Também recorro, às vezes, às distrações e delícias da infância, bastando apenas um arranhão na canela, pra começar a doer ‘macio’, feito picada de formiga da jabuticabeira do seu Anízio.
As formigas… Desviava delas toda vez que o seu Anízio saía de casa. Ah sim. Ele precisava sair de casa pra eu ter com as formigas. Ainda acho graça disso, de olhos fechados e, me jogo no rio e sou pescado por umas três dúzias de anos atrás, igual tilápia, menino–peixe que era; feito de brecha de nuvem e de luz de espanto ainda…
ahhhhhh a infância…….doce infância, ou não…mas muito saudosa! Quem dera pudessemos voltar no tempo e sentir todas as alegrias, medos e dúvidas…