nem Pã supunha tanta troça,
maior que sua forma:
chifres e pelos e patas
à distração dos caniços
que flutuando doce som do sopro
às ninfas e ao regozijo dionísico,
por tal respiro criou do ouro de Hefesto,
a constelação que se vê agora
e que me arranca grafismos,
consciência e pânico.
tudo é labirinto?
é demais querer d’um mundo
o pertencimento?
sou degredado ou fui banido?
tudo é o mesmo?
então dá-me a ponta do novelo, Ariadne;
tenho um corpo são, mas sou provocado
pela inquietude e ainda,
não tendo a bravura de Teseu,
que será desta minha casa-casca humana?
não sou capaz de armadilhas e vilezas,
então, dá-me a lã e me aponta a saída,
antes que eu, proscrito,
me desgrace como mero conviva
nesta terra de tantos Procusto’s.
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Cara tu demonstras ser um leitor ávido de mitologia… seus textos são uma viagem á Grécia antiga…
Gratidão meu nobre. Sou um leitor mínimo e apreciador do paralelo traçado entre a mitologia e a condição humana. Agradeço de fato, a tua importante leitura por aqui, neste meu cantinho.