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Umbigo

Sou dor, drama e quando do meu descuido, sou farsa. Sou a falta de ambição, sou objeto de estudo do carbono 14, sou fossa, sou fóssil. Sou covardia, sou o medo da altura, sou bicho sem asas, sou o risco de voar.

Demoro pra cruzar o caminho pra valorizar os passos e o trabalho de limpar. Sou demora. Sou o próprio amor antes de ser amor próprio mas criei o ódio, sei sofrer e odiar. Sou pele, osso e melanina, seta e cruz, reflexo difícil de encarar.

Sou descoberta e consciência, sou porrada, hematoma e um riso a sangrar. Tudo em mim é último, tudo é transe. Ressaca de três dias pela intensidade da vida; viver é bom, é droga, viver é porre! Sou escárnio, pela recusa de jogar sujo, não sei jogar, não sei sujar.

Sou doença, inteligência, sou loucura e a cura pra tudo isso que aí está. Sou avesso  às regras pelo tanto de lixo que me recuso a descartar. Sou! Será?

4 Comentários
  • Responder
    29 de maio de 2017, 14:09

    Ótima reflexão! Um mergulho em si mesmo Hang Ferrero. Somos todos humanos, porém o que diferencia um ao outro é a combinação de suas particularidades de saber e ser, de sentir, de se relacionar com o si, com o outro e com o mundo.

  • Responder
    30 de maio de 2017, 13:29

    Quantos risos a sangrar me aguardam neste mundão?
    Profundas palavras, a forma que corriam pelas linhas me lembraram uma música do Lobão. Lindas palavras meu amigo poeta! Um forte abraço!

  • Responder
    31 de maio de 2017, 10:37

    Também sou “relexo difícil de encarar”. 🙂

  • Responder
    11 de junho de 2017, 14:05

    Esse negócio de viver é uma aventura que jamais imaginamos na doce infância não é mesmo amigo Benício? Ou será que o grande paadoxo está na ingenuidade? A forma mais sublime da vida pode estar na leveza que podemos carregar durante a caminhada, mas como fazer isso? Eu também ‘sangro os risos” por aí rsrsrs.

    Que seja leve a sua caminhada nobre amigo…

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