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O impoluto

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ao crivo da minha inaptidão
reprovação à ausência
das minhas temerárias proezas

o corte da lâmina
o eco no caule da flor
e a minha rosa perecível

a tábua torta sob os pés
eu, cambaleante
eu, erro o nível

cadê brumosas ruas?
por quaisquer ruelas
meus nervos crispados

e à taverna
entrego-me à distracção
e ao vinho capitoso
dos meus algozes

e eu, delirante redargui:
“apiedem-se dos pecados
apiedem-se dos pecados
que veem em mim”

Nenhum comentário
  • Responder
    7 de janeiro de 2016, 01:30

    como jesus?

    • Responder
      7 de janeiro de 2016, 01:39

      Seria muita pretensão poética da minha parte, embora me seja agradável demais isso, naturalmente…obrigado Andréia 🙂

  • Responder
    7 de janeiro de 2016, 09:26

    ???? Como assim??? Tenho que lê muitooooo para chegar a este nível!!!

    • Responder
      7 de janeiro de 2016, 17:01

      Ahhhh que legal Verônica! Isso me alimenta sabia? Bj no seu coração!!!

  • Responder
    7 de janeiro de 2016, 23:54

    Que riqueza lexical! Teu estilo é inconfundível!

    • Responder
      8 de janeiro de 2016, 00:07

      Agradeço a visita caríssimo amigo; e a cada palavra da gentiliza tua…

  • Responder
    8 de janeiro de 2016, 01:11

    Gostei bastante. Só nãoa gostei da foto. Achei que ela me induziu e levou os meus pensamentos para uma cena específica. A questão de Jesus, levantada, só parei para pensar nela depois do comentário, mas também faz todo o sentido. No mais, gostei. Um abraço.

    • Responder
      8 de janeiro de 2016, 01:26

      Quando se atinge esse nível de discussão, acredito, a poesia atingiu o objetivo: provocar a inquietação. Quando escrevo, o faço “bate-pronto”, funciona assim comigo. E leituras como a sua, me faz ver de outro modo as coisas: nada mais satisfatório que isso! Riquíssima contribuição Anderson. Gratidão!

  • Responder
    17 de janeiro de 2016, 01:40

    Admito que a foto me induziu também, mas fui por outro lado completamente diferente.
    Se sentir um pecador onde não deveria haver pecado de forma alguma.
    Se sentir tomando um “favor” que na verdade não é.
    Não é pecado, por mais que nos forcem a acreditar que é.
    Foi assim que eu vi.
    Obrigada Hang, pois me sinto a vontade hoje, como não sentia antes e você é uma grande parte disso.
    Bjooo <3

    • Responder
      18 de janeiro de 2016, 23:19

      Comentei com uma amiga, a minha emoção, depois de ler o teu comentário. Nada me é mais gratificante que saber que saber que fosse tomada assim , pela poesia e ainda, tendo a mesma leitura que a minha. Algumas coisas, ganhamos, outras nos ganham…a poesia deseja sempre a segunda opção. Obrigado por prestigiar este humilde “escrevedor” de cousas…:)

      • Responder
        19 de janeiro de 2016, 00:08

        Ooooo agora eu é quem ficou emocionada. Mas é sua culpa que presto tanta atenção. É linda e me encheu daquilo que penso, mas de uma forma que nunca pensaria fazer.
        Já deve estar farto de tanto te agradecer, mas…
        Obrigada, você nos inspira, difícil fugir. Sempre que vou comentar seus poemas e textos, logo que os leio, parece que surge uma forma diferente de falar em mim. Acho que acabo absorvendo. rsrs
        Realmente, obrigada. Porque além de ir perdendo o medo de interpretar, também vou perdendo o medo de me expressar.

        • Responder
          19 de janeiro de 2016, 22:56

          Faça isso sempre, feito “cachoeira” e refresca tudo aqui! Bjoooo

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