epidermas quando és verbo,
quando teu voo começa nos
aquandos e teu sussuro
me queima e me transpõe
entre a luz e a sombra,
e o silêncio;
toma um susto e recorre
aos poros numa entrega
desobediente e maculada.
epitelias quando és verbo,
quando desestruturas minhas
mãos adoestas e esmagas
todas as minhas teologias.
ah, que construção
quando tu és pecado
e só e mais nada!
quando me quedo,
ininteligível mas perpétuo!
ah, me morda até
a camada mais profunda,
até que alcancemos
outros verbos mortos
pelo medo, pela incompreensão.
subcutaneas quando és verbo
e já me arrancas acintes
e infringes todas as virtudes.
“ah, m’a morram!” solfejas
nonsense, “pelo menos agora,
sejamos só outros verbos!”
eu me extasio e tu,
toxinas quando dermas.