fiz tudo sozinho.
deixei–me cativo pra
chafurdar na euforia.
vou aclarar de uma
vez por todas:
essa coisa de manter
vigilância eterna
nas humanidades, é um saco!
queria outro tipo de coisa,
sabe? ‘experienciar‘.
foi mole; tive apenas
que negligenciar
a autocrítica,
me colocar ingênuo,
manipulável, pra dar vazão
à toda a teatralidade
de uma vida sem
grandes significados
e, que também mora em mim.
abri mão dos símbolos;
ironia e sátira já
não eram meus iguais.
só por diversão,
experimentei a vaidade,
a maior que pude;
do tamanho do assombro.
quis ser fútil, o máximo
que pudesse e saí
a despejar tolices.
mas aí, não demorou muito
pra que eu encarasse um
dos fragmentos desta desventura
ou, o que havia sobrado do
pequeno e torto espelho.
aquele olhar assustado e
igualmente estraçalhado.
primeiro pra um lado,
depois pro outro,
seres de igual divindade
mas separados por
capacidades diferentes,
me encararam em reprovação,
me largaram só e, no chão.
sujo e confuso da cegueira,
senti o desgosto de todas as dores
e, logo atrás dos meus calcanhares,
avistei; as imensas marcas
da minha estupidez.
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Muito bom. Gostei muito.
Poxa Paulinho, feliz da vida aqui, por suas leitura e apreciação. Grato, meu raro.
Baita texto!
Sempre uma alegria receber o seu retorno, querido amigo!
Exegeta de si mesmo…,
Grata observação, lisonjeiro Estevam.
Abração, bom amigo.