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Nuh

um ato reprovável lhe imprime culpa

e resulta no animal da fome e da dor.

agita-lhe cada músculo, pois bem;

mas não só: sangra também,

sagrada e reservadamente.

[ um arquétipo quase humano ]

irrigam-lhe contrações voluntariosas,

na tentativa de escapar

do ritmo da febre, que lhe

acentuam, primeiro a aura e depois os pelos.

e se vê reduzido a um medo bestial,

que lhe aprisiona às paredes duma

tacanha arquitetura desonesta e

muito próxima dos seus ossos;

todos retorcidos, cada qual, um a um.

a condição deste esqueleto,

lhe coloca sob sofisticada visitação:

então, aprende a silenciar o pulso,

nas noites frias e igualmente silenciadas.

nuh, recém descoberto, já padece,

revisitado por algoritmos,

da impiedosa nova arte social

10 Comentários
  • Responder
    29 de julho de 2021, 18:53

    Uau!! Forte, impactante, inquietante e lindo! Só vc consegue isso!! Ave, Poeta!! 🙌

  • Responder
    29 de julho de 2021, 19:02

    Uau!! Forte, impactante, inquietante e lindo! Só vc consegue isso!! Ave, Poeta!! 🙌

  • Responder
    29 de julho de 2021, 19:07

    Sei lá… De repente pensei estar numa cena épica, tipo Senhor dos anéis, ou mesmo trancado numa caverna da pré- história… sei lá, parece que a vida está sendo reescrita. Esse texto silenciou-me por completo. Bravo!

    • Responder
      17 de agosto de 2021, 11:11

      Da mesma maneira; tive uma epifania aqui – à partir da tua leitura. Coisa do “caboclo escrevedor” hehehe. Relendo, fiquei à caça do “eu lírico” pra disfarçar o meu assombro. Não é vaidade, é preocupação mesmo. O que me cura, são leituras como as tuas querido amigo.

  • Responder
    29 de julho de 2021, 19:12

    Esse é o Hang, sempre uma boa leitura.

    • Responder
      17 de agosto de 2021, 11:06

      Tão bom você aqui… Grato Beta, pela leitura e a apreciação.

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