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Lama

árvore é palavra.
vocifera em mim
uma carência
pr’outra coisa
que não seja a raiz,
não abrupta,
porque ruptura,
é palavra.
arranha uma urgência
que tem sede,
porque tronco,
também é palavra.
revira cada músculo,
força a entrada,
cravando os pés,
porque, terra,
também é palavra.
suja minha folha,
o cerne da ideia.
sinto a dor do corte,
e a fuga da sombra,
porque, morte,
também é palavra.
por partilhar
o lamento do tronco
e a sede do músculo,
ouço uivar o vento,
e bailar a poeira,
que se afasta e chora.
lama, é palavra.

2 Comentários
  • Responder
    31 de julho de 2020, 21:01

    Sua poesia tira qualquer um da lama…

    • Responder
      31 de agosto de 2020, 19:48

      Que maravilha saber Estevam; a poesia de fato é capaz de tal ato, mas ela é sempre reconhecida na sensibilidade. Por isso é essencial que você esteja aqui. Grato nobre amigo.

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