I
o preconceito e a ignorância são vistos frequentemente de mãos dadas.
foram preconcebidos a grosso modo, sem quaisquer discussões empíricas, ou sem o crivo da argumentação, e assim, prejulgados e preconceituados.
então, quando questionamos a nossa própria existência, abrindo o leque da percepção, ficamos alheios à crueza humana.
estas ferramentas do sensível, quando acessadas, provocam-nos insights que nos fazem considerar a crueldade, em detrimento da gentileza, pelo que nos é sensorial. em suma, o espelho, pode ser assustador.
II
presumindo que minha condição de pensar precipitadamente tenha destruído o tempo de maturar as coisas – o que colocaria um ar inteligente nesta minha cara. supondo que eu tenha razões de sobra para acreditar que esse negócio de isolar o pensamento e fragmentá-lo nunca seja coisa minha: que outros infortúnios ainda terei de enfrentar?
são tantos os grandes pensadores neste país, que tenho receio de expor a minha insignificância intelequi; intelki; intelectual…
mas talvez seja isso que tenha me preservado entre os sapiens: soube que o Brasil é bronze na escala da ignorância. isso é quase ouro! eita brasilsão!
III
essa rouquidão que desacelera a minha teimosia . que debocha apontando um borbulhante e sofisticado líquido em pantomima trajada em longo . que rasga ao meio todo o meu pastiche e a minha caricata cultura . que corrompe as minhas janelas fazendo-me recear abrir os olhos . que me trata como a um embuste . que me castra o silêncio e propõe insônia histriônica e mitifica todo o tipo de sortilégio na minha pele . também é o que reforça a minha calada escrita . construída sobre as bases de : negro sal , negras frequência e paixão ou ; lágrima , coração e poesia .
Tão profundo que boa parte dos ‘intelectuais’ brasileiros jamais vão assimilar…