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A cor do amor em 3 atos

I

o preconceito e a ignorância são vistos frequentemente de mãos dadas.

foram preconcebidos a grosso modo, sem quaisquer discussões empíricas, ou sem o crivo da argumentação, e assim, prejulgados e preconceituados.

então, quando questionamos a nossa própria existência, abrindo o leque da percepção, ficamos alheios à crueza humana.

estas ferramentas do sensível, quando acessadas, provocam-nos insights que nos fazem considerar a crueldade, em detrimento da gentileza, pelo que nos é sensorial. em suma, o espelho, pode ser assustador.

II

presumindo que minha condição de pensar precipitadamente tenha destruído o tempo de maturar as coisas – o que colocaria um ar inteligente nesta minha cara. supondo que eu tenha razões de sobra para acreditar que esse negócio de isolar o pensamento e fragmentá-lo nunca seja coisa minha: que outros infortúnios ainda terei de enfrentar?

são tantos os grandes pensadores neste país, que tenho receio de expor a minha insignificância intelequi; intelki; intelectual…

mas talvez seja isso que tenha me preservado entre os sapiens: soube que o Brasil é bronze na escala da ignorância. isso é quase ouro! eita brasilsão!

III

essa rouquidão que desacelera a minha teimosia . que debocha apontando um borbulhante e sofisticado líquido em pantomima trajada em longo . que rasga ao meio todo o meu pastiche e a minha caricata cultura . que corrompe as minhas janelas fazendo-me recear abrir os olhos . que me trata como a um embuste . que me castra o silêncio e propõe insônia histriônica e mitifica todo o tipo de sortilégio na minha pele . também é o que reforça a minha calada escrita . construída sobre as bases de : negro sal , negras frequência e paixão ou ; lágrima , coração e poesia .

1 comentário
  • Responder
    21 de janeiro de 2020, 15:18

    Tão profundo que boa parte dos ‘intelectuais’ brasileiros jamais vão assimilar…

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