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Contra-poema

esta covardia do verbo,

que me empurra pra

qualquer caminho,

pra qualquer hiato,

que me amarra à ferrovia:

tornozelos e pulsos;

que me desdenha

e, me toma franzino

e, me esbofeteia a cara.

que me obriga à manga longa,

à blusa feia pra esconder

meus hematomas;

o que me toma de vergonha.

que se serve do meu sangue

e se bebe e se cospe,

de uma baba rara e púrpura.

só o poema, pra desgraçar-me

a vida e gritar-me à cama,

que de tão fria me disfarça

e me põe, trôpego, na distância:

do bolso à rua e

do vinho à taça.

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