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Trechos da minha impaciência – parte III

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Colocar-se no lugar do outro como a um dever cristão é deveras desconcertante, como princípio. Passei por uma experiência bastante difícil recentemente, e fiquei surpreso com o quanto as pessoas se dedicam à compaixão, a sua história. Fui roubado e venho tendo dificuldades relacionadas a minha rotina e responsabilidades, ao ponto de ter que, lamentavelmente, abrir mão de coisas com as quais vinha me identificando prazerosamente. Mas, até onde vai essa dedicação? Até quando? Solidariedade é vocação! Vivemos sob as leis do homem, enquanto seres sociais e precisamos nos atentar diuturnamente para não cair em desgraça. Seres sociais! Deixar um legado, significa na nossa modalidade capitalista, que temos que ter carro, casa, roupas, móveis, e um quintal mais florido que o do vizinho então… o que vale mesmo é: “dente por dente e olho por olho”! Desculpem as linhas malfadadas, mas espero que entendam a minha necessidade de desabafar algumas vivências. Imagino o quanto será “dolorosa” essa leitura mas espero poder contribuir para a “contracultura” e abrir a discussão. Vejo as pessoas “levando” para casa e/ou vendendo, roupas e alimentos destinados à doação. Vejo políticos beneficiando com lotes e casas populares, famílias que não foram atingidas por enchente e outros “desmoronamentos” a que pessoas carentes estão sempre sujeitas ( pelo simples fato de que esses “miseráveis” não os apoiam politicamente ). Se não é importante abrigar crianças…fico confuso aqui.
Colocar-se no lugar do outro tem sido desconcertante para mim, pela minha natureza, por não observar o mesmo impacto nos seres a minha volta e isso me expõe a um constrangimento social: “ele quer aparecer”! Solidariedade não deveria ter outra relação que não… moral! Solidariedade é vocação e a razão de estarmos aqui, tem sido a grande piada do universo, em que vivo…

 

18 Comentários
  • Responder
    29 de abril de 2016, 15:36

    Magnífico texto, caro amigo. Infelizmente vivemos em uma sociedade que adoeceu faz muito tempo e vem fingindo cada vez mais os absurdos tão normais… Triste.

    • Responder
      29 de abril de 2016, 17:50

      Sou forçado a concordar… acredito que por aqui, temos um longo caminho a percorrer. Desenvolvimento social deveria ser relacionada às práticas coletivas, mas…
      Agradeço a riqueza da tua contribuição por aqui! Abração!

  • Responder
    29 de abril de 2016, 15:42

    Você tem toda razão é bem assim mesmo..Vivemos num mundo materialistas onde as pessoas são oque tem, em países desenvolvidos um pouco menos, mas no brasil é demais..Adorei o texto..
    http://www.petitluxo.com

    • Responder
      29 de abril de 2016, 17:53

      Também vejo assim e; curiosamente, as pessoas admiram os “alpinistas sociais”, mesmo depois de descobrir que enriqueceram, por exemplo, de maneira ilícita. É constrangedor!
      Gratidão, Renata, por você aqui 🙂

  • Responder
    29 de abril de 2016, 23:38

    Acredite meu amigo, sinto da mesma forma e da mesma forma diria que me seguro para que continue apenas alertando e que eu nunca me manifeste da maneira com a qual posso me manifestar, pois seria o Caus e não sobraria nem os inocentes para contar. Busco em minha fé as vendas que Deus pode me conceder, sou um guerreiro e não devo nunca deixar de ser.
    Em um tempo distante prometi antes de tudo defender meu Planeta, fracassei nessa missão e me voltei aos iguais para minha decepção.
    Tento dentro do que me é permitido na conduta que me foi ensinada agir de uma forma mais tênue sem deixar fluir de dentro de mim a fúria acumulada. Acredito ser melhor assim, ir fazendo o bem a quem nos é apresentado e não corrigir aquele que é o desigual, pois haverá um juízo e eu em minha fé, acredito muito nisso. E não que seja ficar colocando frases prontas, mas não há como não lembrar de Jiddu Krishnamurti quando o mesmo nos diz, “Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente”, e nesse ponto concordo profundamente e me vejo assim. Gratidão! 🙂

    • Responder
      30 de abril de 2016, 11:31

      A profundidade das tuas palavras são bálsamo pras feridas aqui. Agradeço a riquíssima contribuição e continue, não podemos nos desviar das nossas intenções mais sinceras. Caloroso abraço!

    • Responder
      1 de maio de 2016, 21:50

      Kambami te entendo profundamente… Diversas vezes no meu cotidiano converso com alguns bons amigos que diante das revoltas – para não sofrer demais – dizem: vamos nos aquietar. Mas eu não me aquieto, eu volto a dizer: jamais me acostumarei com coisas ruins, jamais!
      Porém, as vezes a humildade de perceber que devemos nos calar neste ponto e refletir a beleza daquele também é uma forma de expandir a beleza do mundo e dos nossos queridos companheiros humanos… Abraço!

      • Responder
        1 de maio de 2016, 22:30

        Belíssimo convite à reflexão Ana… gosto e me identifico com o teu jeito de ver as coisas. Grandes dias, pra ti e pros teus…

      • Responder
        1 de maio de 2016, 22:41

        É verdade, sei que fica difícil muitas vezes segurar. Lembro-me da cena de um covarde chutando um refugiado com uma criança ao colo, e verdade eu não me conformo, pois e minha ignorância o mundo não tem ou não deveria ter fronteiras, somos humanos apenas, todo o planeta nos pertence, temos direitos a ele por completo não por pedaços, por nações ou seja lá as formas de diferenciações que se impõe as pessoas. Todos nos temos direito a paz, temos direito a procura de comida e de local seguro. Quando digo de fato em me calar, não significa que esteja eu deixando isso de lado e sim tentando encontrar uma nova forma de confrontar sem uma agressão, pois te garanto amiga que poder e conhecimento para isso tenho de sobra, mas não é esse o caminho. As pessoas devem encontrar um equilíbrio ao que chamo de tempero, para que todos possam ser livres e viverem suas vidas por inteiro. Gratidão! 🙂

  • Responder
    1 de maio de 2016, 08:03

    Sem querer entrar no mérito sobre os políticos…

    Falando de mim, cidadã comum e pobre! Ajudo na medida do possível em relação a grana. Em relação a coisas, como roupas, por exemplo, eu costumo pelo menos fazer uma faxina em meu guarda-roupa e quase sempre tem peças para serem doadas.

    Tento sempre em ficar cada vez mais com aquilo que é essencial 🙂

    E se eu puder ajudar você… me envie por email 😉

    • Responder
      1 de maio de 2016, 08:39

      Oi Lella, bom demais saber que nem tudo está perdido, que tem gente como você que enxerga a vida de maneira a acolher os que precisam. Também vejo assim. Tenho preferência aos humildes. Mencionei de maneira geral, que somos induzidos a uma certa barbárie, a exemplo do que acontece agora na Síria e toda a história de sempre dos países africanos e aqui mesmo no nosso quintal. Reconheço pessoas envolvidas com os processos da bondade, pela sua natureza, sem esforço.Agradeço quando passas por aqui. Bom domingo:)

  • Responder
    5 de maio de 2016, 17:49

    Me identifiquei muito. É tudo muito triste :c

    • Responder
      5 de maio de 2016, 18:11

      Esse texto mexe um pouquinho com a gente né? Obrigado pela leitura e apreciação 🙂

  • Responder
    7 de maio de 2016, 17:12

    Pra quem tem EMPATIA é muito fácil se colocar no lugar do outro .

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